Santa Júlia e a Eucaristia
A espiritualidade de Santa Júlia é plenamente eucarística. Ela possuía o entusiasmo sobrenatural que proporciona a Eucaristia. Dizia a suas Irmãs: “Oh! Peço-vos, em nome do Bom Deus, minhas queridas filhas, vivei sempre como pessoas nutridas de um Deus que se dispõe a nutrir-nos sempre mais. Que a santa Eucaristia se torne o princípio e o fim de todas as vossas ações!” Júlia passava muitas horas, de dia e de noite, aos pés de Jesus presente no Sacrário e recomendava o mesmo a suas filhas.
Tomada de admiração, como estava normalmente, pela bondade inefável de Deus, exclamava: “Deveríamos arder de amor, de reconhecimento e de respeito por um Deus que se digna aniquilar-se sob a simples espécie de pão, para nos nutrir, para permanecer conosco. Ah! Que possamos compreender um pouco nossa felicidade!” (Santa Júlia Billiart, Mensageira da Bondade – Novena e Orações)
Júlia considera a Eucaristia como um alimento para a vida espiritual. A Eucaristia tem poder transformador para aqueles que a recebem devota e atentamente. Júlia ensinava: “Receber Cristo com amor e devoção no Santíssimo Sacramento tem o poder de nos tornar pequenos e grandes ao mesmo tempo. Pequenos para que sejamos semelhantes a Jesus que foi pobre e humilde; e grandes para que, com a graça de Deus, possamos superar cada obstáculo para realizar Sua glória e salvação das almas.” (Instruções de Maria Rosa Júlia Billiart – Santa Júlia, p. 128)
Júlia revela sua reverência pela Eucaristia na resposta de uma carta a sua querida amiga Francisca Blin, que estava com medo de tornar-se orgulhosa por ter o privilégio de receber a Comunhão muitas vezes, em vista de tantos outros que não se aproximavam do altar: “Eu espero que o bom Deus lhe dê a graça de encontrar novas forças no exercício da oração e, sobretudo, na Santa Comunhão. [...] Oh, se eles conhecessem Aquele que se dá a nós com tanto amor! Sim, se eles conhecessem o dom de Deus, quanto invejariam a nossa felicidade! Uma alma que possui seu Deus, no augusto Sacramento de Seu amor, é digna de toda a admiração dos anjos e dos homens. Quão felizes somos nós, minha querida amiga, por podermos usufruir de tão grande vantagem!” (Carta n. 3, em agosto de 1795).
“Para progredir na vida espiritual, é necessário fazer bem a nossa comunhão. No dia que antecede a recepção da comunhão deveríamos perguntar-nos: “Que progresso fiz na humildade, caridade e desapegos? Como progredi na abnegação e união com Deus desde a minha última comunhão?” Por este meio é evidente que devemos colher frutos a partir da próxima comunhão. É certo que a pessoa que se prepara dessa forma, em breve fará grande progresso, de modo que só Deus pode habitá-la.
A mais sólida de todas as devoções é a do Santíssimo Sacramento porque Nosso Senhor Jesus Cristo está lá, de corpo e alma, todo inteiro – o mesmo Jesus Cristo, que está sentado à direita de Deus. Como temos a felicidade de fazer a nossa meditação na presença do Santíssimo Sacramento, devemos contemplar todos os mistérios da vida de Nosso Senhor realmente presentes entre nós, pois Nosso Senhor continua a imolar-se sobre o altar.
Os primeiros cristãos sempre desejavam ter a santa Eucaristia entre eles. Era o segredo de sua força.
Nós nunca devemos cessar de rezar mentalmente na presença de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento porque somos áridas e estamos cansadas. Pelo contrário, se amamos Nosso Senhor, ficaremos muito contentes em sua presença, silenciosas e por seu amor.” (Instruções de Maria Rosa Júlia Billiart – Santa Júlia, p. 127-130)
Oração: Santa Júlia, tu que nutriste um íntimo e imenso amor a Jesus Eucarístico, ajuda-nos para que também a nossa vida seja alimentada e fortalecida pela Eucaristia. E que aprendamos sempre mais a lição do amor que Jesus nos ensina. Amém.